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Depois de uma abertura com direito a apresentação do maestro João Carlos Marting e Camerata Bachiana, a Convenção Secovi – A Rosa dos Ventos da Indústria Imobiliária, que está acontecendo na sede do Secovi-SP, parte para o segundo dia de evento com o Panorama de Mercado, que falou sobre o cenário político-econômico brasileiro e os fundamentos para o desenvolvimento imobiliário.
Após breve apresentação onde falou sobre a necessidade de se investir na educação dos brasileiros para melhorar o país, o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Claudio Bernardes, passou o microfone para Fábio Barbosa – presidente da Fundação Osesp, ex-presidente da Abril Mídia e membro dos conselhos da UM Foundation, do Insper e do Instituto Empreender Endeavor.
Barbosa apresentou três capas da revista norte-americana, The Economist, que falam sobre o Brasil, começando pela capa de 2009, quando diziam que o país estava decolando para se tornar uma potência. Passando por 2013, quando disseram que o Brasil estava retrocedendo e a última, de 2015, quando a revista dá a entender que o Brasil está afundando.
Segundo o especialista, grande parte dos problemas que estamos enfrentando diz respeito a falta de estrutura do Brasil para alguns setores, sendo que para melhorarmos seria necessária a concretização de uma série de reformas e destaca a trabalhista, previdenciária, de federação e, como não poderia faltar, a reforma política. Para ele o Brasil tem “uma tolerância a pequenos delitos que precisamos debater (…) não apontar sempre o dedo só para Brasília”. Para exemplificar ele lembra de pessoas que tentam burlar o sistema de habilitação do Brasil, bem como aqueles que tentam conseguir o Habite-se de sua obra de formas ilícitas. Barbosa é aplaudido por todos quando cita o assunto. O especialista brinca com o público frisando que “o Brasil precisa de uma reforma de valores”, lembrando que se cada um fizer a sua parte o país certamente andará para frente. “O Brasil vai ser o que dele fizermos”, exaltou.
Já Cristiana Lôbo – jornalista com ênfase na política brasileira há mais de 30 anos e com passagem pelo jornal O Globo e Estadão – iniciou sua palestra a partir do debate proposto por Barbosa, ressaltando que “a solução dos problemas do Brasil está na política”. Segundo ela, a “tivemos dois presidentes muito fortes, Fernando Henrique Cardoso e o Lula (Luís Inácio Lula da Silva) foram muito fortes, e cada um tomou um rumo na política. E agora estamos totalmente sem rumo”.
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Clik here to view.A jornalista deixa clara sua opinião de que o Brasil vai se recompor, mas que as reformas citadas por Barbosa são muito necessárias. Segundo ela, o Brasil já passou por muitas crises e ainda relembra a crise de energia de 2001, que conhecemos como Apagão, quando o povo se reeducou para economizar e energia e o país conseguiu sair da crise. Atualmente passamos por outro problema com a falta de água e os brasileiros também estão se reinventando.
Amanhã a Convenção Secovi apresenta o Fórum Urbanístico Internacional, que contará com palestra de Enrique Peñalosa – urbanista e ex-prefeito de Bogotá (Colômbia), conhecido por dividir opiniões quanto a soluções urbanas ousadas, como: a restrição ao estacionamento de carros no centro da cidade; a construção de uma rede de ciclovias com mais de 300 km; e o Transmilenio – sistema de ônibus integrados e de alta velocidade, como os de Curitiba-PR, que substitui os metrôs. O urbanista irá apresentar detalhes sobre os projetos, demonstrando que tais mudanças são possíveis mesmo em grandes metrópoles como São Paulo.
Na quarta-feira o Panorama do Mercado Imobiliário do Interior traz representantes de diversas cidades, como: São José do Rio Preto, Sorocaba, Santos, Vale do Paraíba, Bauru, Jundiaí, Campinas e Grande ABC. Segundo Claudio, “a ideia é entender um pouco o que está acontecendo no interior, para que as pessoas possam ter uma visão geral sobre o mercado. Depois tentar ver se a gente consegue passar para o interior um pouco da experiência que a gente têm tido nas outras cidades e fazer esse intercâmbio de informações para que a gente possa homogeneizar o modelo de desenvolvimento no Estado todo”. Bernardes ressaltou que a principal função do evento é “entender melhor a situação do país, fazer um diagnóstico mais preciso e passar a mensagem de que nós temos que fazer a nossa parte. Nós temos que encontrar aqui soluções e alternativas para que a gente possa fazer com que o mercado comece a andar, mesmo que a gente esteja dependendo de decisões dos poderes constituintes”.